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Um dos primeiros sintomas de que sua empresa precisa crescer é quando ela começa a receber mais pedidos do que consegue entregar. No entanto, não espere esse momento chegar para começar a planejar o crescimento. Empreendedor que desacelera o crescimento para se estruturar, acaba dando oportunidade para o fortalecimento de concorrentes, afinal, a parcela de consumidores que não está sendo atendida por você poderá ser atendida por eles.

No entanto, quando você perceber que está perdendo gente boa, quando está tendo dificuldade para reter pessoas, aí sim, você precisa se preocupar. Esse é um sintoma que não enxergamos à primeira vista como um problema de crescimento, mas que tem uma relação direta com isso. Pergunte para qualquer empreendedor qual é o principal desafio dele e você ouvirá a mesma resposta: gente.

Mesmo as grandes empresas têm dificuldade em reter talentos. A empresa que não cresce, não consegue oferecer novos desafios ou novas posições de liderança para os seus colaboradores. E, além de perder as pessoas valiosas, ela corre o risco de perdê-las para o concorrente, levando todo o know-how delas consigo.

A pergunta de bilhão é: como conduzir o processo de crescimento? O que considerar? Um bom exercício nesse momento é construir um objetivo de longo prazo. Aonde sua empresa quer chegar daqui há cinco, dez anos? Depois, observe quais são os “gargalos” da estrutura atual do seu negócio que o impediriam de alcançar seu objetivo. Estes gargalos são algumas “pistas” do que precisa ser aprimorado para acelerar o crescimento.

Pode ser que seja necessário aumentar a produção, por exemplo, e a fábrica atual não suporte esse aumento. Então, será preciso expandir a unidade fabril ou construir uma nova. Se a ambição do negócio é expandir geograficamente, será preciso estabelecer qual o melhor modelo: se através de lojas próprias, franquias, representantes e etc. Talvez seja necessário estabelecer novos processos e, dessa forma, implementar um novo software de gestão. Tudo isso deve ser levantado previamente para estabelecer prioridades e entender qual a real necessidade de investimentos financeiros.

Muitos desses “gargalos” só poderão ser corrigidos com a entrada de recursos. Este é o momento de avaliar de onde virá o capital e qual o risco que o empreendedor está disposto a correr. Talvez seja possível usar recursos próprios para fazer esses investimentos (na contratação de pessoal, na injeção de capital para abastecer o fluxo de caixa, na compra de novas máquinas, na construção da nova fábrica e etc). Ou então buscar uma fonte alternativa de capital.

Quando se adquire um financiamento bancário, por exemplo, é necessário oferecer garantias e há dificuldade em levantar altas quantias, pois são aplicados juros sobre o valor. Se o empreendedor buscar um fundo, ele pode conseguir um volume maior de capital, mas terá que se preparar para alterações na governança, estruturação de processos de controle claros para prestação de contas e a perda de parte do controle da empresa.

Ou ainda ele pode ficar atento a editais de instituições financeiras públicas, como o BNDES, que oferece, inclusive, recursos de fundo perdido, ou juros muito baixos. Mas os editais geralmente são destinados a setores ou fins específicos, como inovação.

Os empreendedores que sonham grande e querem transformar o país com negócios inovadores e de alto impacto precisam entender que não existe um momento para estruturação e outro para crescimento, eles precisam saber “trocar a roda enquanto o carro está andando”. Quem tira o pé do acelerador para arrumar a casa acaba ficando para trás. Não existe um momento certo para crescer, se você acredita no seu negócio e ele já se provou, meu conselho é: não perca tempo.

Respondido por Juliano Seabra, especialista em empreendedorismo.

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