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Os últimos anos foram de grandes avanços para o empreendedorismo brasileiro. Com maior apoio do poder público, o surgimento de aceleradoras, acesso ao capital financeiro vindo de investidores-anjo e fundos de risco, o número de empreendedores e de startups crescendo consideravelmente.

Isso também trouxe à tona uma série de questionamentos por parte dos novos empreendedores que, muitas vezes por despreparo, acabaram não conseguindo levar suas empresas ao sucesso. Um dos problemas enfrentados foi a falta de maturidade em reconhecer quais métricas são realmente importantes para determinar se uma ideia está dando certo ou não. Desta forma, muitos acham que o crescimento em suas redes sociais, acessos ao site ou menções na mídia são tão importantes quanto o número de vendas concretizadas, Churn Rate (índice de cancelamento de clientes) e outras taxas de crescimento.

Em um ambiente de incertezas como o das startups, conhecer os sinais que indicarão se sua ideia irá ou não decolar é fundamental para os rumos do negócio, seja para adequar ou mesmo mudar a proposta inicial. Sobre esses sinais é que iremos nos aprofundar nos próximos parágrafos. Acompanhe:

Modelo de negócios testado e comprovado

O principal desafio de uma startup é testar e validar o seu modelo de negócios até encontrar o momento em que ele seja repetível e escalável. Para isso, é preciso que o produto ou serviço pensado e desenvolvido pelo time encontre um mercado grande o suficiente para se tornar lucrativo.

Na prática, é fundamental desenvolver um MVP (Minimum Viable Product), um conjunto mínimo de funcionalidades em seu produto ou serviço que sirva como levantamento de dados para validação do modelo de negócios, que inclui mercado, perfil de clientes, dentre outras questões. Com ele, você levantará uma base de dados sólida para avaliar necessidades de adequações e até mesmo verificar se a sua ideia irá decolar!

Se houver cada vez mais pessoas aderindo à oferta ou demonstrando interesse em sua solução, que pode vir através do preenchimento de um formulário, por exemplo, logo se subentende que ela possui uma maior probabilidade de dar certo.

Taxa de crescimento constante

É difícil determinar uma taxa de crescimento que funcione como regra para startups. Cada segmento e cada ideia pode ter sua própria taxa de acordo com a maturidade da empresa e do mercado em que ela está inserida.

Ainda assim, é possível desenhar um cenário que aponte se sua ideia irá decolar ou não. A aceleradora Y Combinator, umas das mais famosas do mundo e que já “hospedou” Dropbox e Airbnb em sua cartela de startups investidas, defende que uma startup está no caminho certo para o sucesso quando cresce entre 5 e 7% por semana. Do contrário, é preciso voltar para a “prancheta”, avaliar a situação atual e até mesmo redesenhar o modelo. A realidade brasileira pode tornar esses números um pouco mais flexíveis, mas permite que consideremos que uma startup deve manter uma taxa de crescimento constante mais alta que a das empresas tradicionais.

Conversões maiores que a média do mercado

As conversões de uma startup talvez sejam as taxas mais fáceis de serem medidas. Em geral, são dados disponíveis através de ferramentas de análise que permitem entender a aceitação da sua ideia, que podem vir não apenas com contratos fechados, mas também com formulários de interesse preenchidos, leads gerados, dentre outros. Um exemplo de validação de ideia que vale referenciar é o do Dropbox. Antes mesmo de recorrerem aos investidores, a empresa desenvolveu uma landing page que visava verificar a aceitação do mercado à proposta a partir do cadastro de interesse dos potenciais usuários, sem que eles soubessem que ainda não havia um serviço desenvolvido. Com os dados em mãos, eles não apenas tiveram a certeza de como a ideia iria decolar como também conseguiram fundos de investimento para tirá-la do papel.

Conseguir encontrar o caminho do crescimento é um dos maiores desafios de todo empreendedor, principalmente entre aqueles que se aventuram com o seu primeiro negócio. É muito importante saber quais os indicadores, sejam eles qualitativos ou quantitativos, são realmente importantes, mas é fundamental também pedir ajuda para enfrentar essa jornada. Para isso, seus investidores, mentores e colaboradores podem ser bastante úteis.

Por Cássio Spina

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